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Maputo
_Tem alguns assuntos que entram em pauta, vão embora, depois voltam… ficam nos rodeando, até que não dá para não falar. O do sr. Bachir é um deles. A história começou há mais de um ano. O gajo em questão, Mohamed Bachir Suleman, foi citado em uma lista divulgada pelos Estados Unidos em junho de 2010 como narcotraficante de grande escala. Cidadão moçambicano, por aqui ele é oficialmente empresário — presidente do grupo MBS — e apoiador da Frelimo.
Bachir negou, claro, qualquer envolvimento com o narcotráfico. O governo moçambicano disse que faria sua própria investigação. Esta semana, a Procuradoria Geral da República de Moçambique informou que, após averiguações, não foram encontrados indícios suficientes da prática de atos que “consubstanciem o tráfico de estupefacientes ou substâncias psicotrópicas pelo referido cidadão”. A embaixada dos EUA em Maputo mantém a posição de que há “evidências suficientes” para considerar o empresário moçambicano Mohamed Bachir Suleman “barão de droga”. Em comunicado, a representação diplomática norte-americana diz que as violações fiscais e aduaneiras encontradas nas atividades do grupo empresarial de Mohamed Bachir Suleman “em muitos casos servem como base para investigações de tráfico de estupefacientes e outros” atos ilegais, de acordo com notícia da agência Lusa, divulgada no blog Moçambique para todos. Enfim, é um diz que diz que não vale a pena entrar no mérito, porque apesar de, nas ruas, todos concordarem com a grande possibilidade da acusação ser verdadeira, provas não há. Mas resolvi entrar na história para contar uma situação inusitada que se criou a partir dessa acusação. O Bachir é dono do Maputo Shopping e do mercado Hiper Maputo que se encontra no mesmo shopping. Quando o governo dos Estados Unidos divulgou seu nome como possível narcotraficante, algumas empresas optaram por não mais ter relacionamento com o camarada, até que a situação se esclarecesse. Em menos de um mês, dois bancos (Millenium bim e Barclays) que tinham agências no shopping, saíram. Além disso, a rede de cartões Visa (única presente no país) também tomou sua posição: tirou as máquinas do Hiper Maputo, impedindo assim que fossem aceitos pagamentos em cartão de crédito ou débito. Quando isso aconteceu, foram afixados avisos no mercado de que, por uma “avaria grave no sistema”, não estava sendo aceito cartão no estabelecimento. Pagamentos só em dinheiro. Todo mundo sabia do que se tratava a avaria grave no sistema. Ficou até ridículo o aviso. Mas fato é que mais de um ano se passou, o aviso da avaria grave continua lá, as pessoas continuam comprando no mercado e não me consta que o sr. Bachir esteja mais pobre ou muito preocupado com as listas que se divulgam por aí com seu nome. Veja mais sobre o caso Bachir no jornal O País e no Moçambique para todos. Sandra Flosi
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