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Maputo
Já tratei aqui algumas vezes sobre a questão do acordo ortográfico da língua portuguesa, que ainda não é um acordo para muitos países, como Moçambique. Na verdade, não tenho nada contra nem a favor do acordo e nem é o acordo o foco de minha atenção. O que me faz sempre voltar ao assunto é o fato de Moçambique não ter clareza na documentação de seu idioma. O idioma é fonte de referência e ligação entre as pessoas de um país. Desde sua independência, Moçambique nunca teve suas próprias regras, sua norma de grafia. A introdução do acordo ortográfico talvez possa ser um bom momento para isso. A discussão com relação ao acordo já seria saudável, porque colocaria em pauta a questão do idioma.
Mas desde que cheguei aqui (há um ano) não ouvi referências ao tema. Agora, parece que um grupo de comunicação do país, o SOICO, dono da STV e do jornal O País, resolveu colocar a questão na pauta do dia. Desde o início do ano temos visto matérias sobre o assunto (ainda que seja para levantar a questão de que o país não trata do tema) e hoje no início da tarde houve até um programa de televisão cujo tema era o Acordo Ortográfico entre os países de Língua Portuguesa. O programa Opinião Pública conta com a participação de telespectadores por telefone e foi interessante ver a percepção das pessoas de diversas partes do país sobre o assunto. Um que me chamou a atenção observou, por exemplo, que os moçambicanos já não escrevem mais exatamente o português de Portugal . Há pessoas que usam o brasileiro e há pessoas que misturam, usando um e outro. Por exemplo, uma mesma pessoa pode escrever acto, mas ação (para ter coerência, seria acção). Isso é claramente falta de normas explícitas, regras do país, que digam o certo e o errado. Em matéria de ontem do jornal O País foi tratada a questão do custo da implementação do novo acordo: estimada em 100 milhões de dólares americanos. O investimento seria destinado a modificar livros de todo sistema nacional de ensino, formar professores à nova ortografia, capacitar jornalistas, funcionários públicos, pessoal de programas de rádio e televisão, entre outros. A proposta da implementação do acordo no país será levada à Assembléia da República no primeiro trimestre de 2012. Só então saberemos se Moçambique vai ou não aderir ao acordo. E se não aderir? Que normas serão seguidas aqui? Veja mais em Acordo?, A difícil construção da identidade e no texto do jornal O País Acordo ortográfico custará 100 milhões de dólares americanos. Sandra Flosi
2 Comments
5/14/2011 12:58:32 am
Cara Sandra Flosi,
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5/15/2011 08:45:02 pm
Wagner, obrigada por sua contribuição.
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