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Maputo
No segundo semestre de 2010 publiquei diversos textos sobre a Mozal, multinacional de alumínios estabelecida em Maputo. O assunto era o bypass, processo de emissão direta de gases para a atmosfera, sem filtros, que ocorreria durante a reabilitação do Centro de Tratamento de Fumos (fumaça).
O processo foi amplamente criticado por organizações de proteção do meio ambiente e de saúde da população, uma vez que análises feitas à época mostravam que mesmo antes do bypass a região já tinha níveis de poluição muito altos, acima do estabelecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS). No entanto, a empresa defendia que a emissão não teria impacto sobre a vida humana nem o ambiente, porque as emissões estariam dentro dos limites nacionais e internacionais. Concordo que as partículas de poluição encontradas na região não se referiam apenas à Mozal. Mas ela tinha, também, a sua contribuição. Por isso, contribuir mais, aumentaria os riscos para todos. Agora, quase quatro meses depois de iniciado, chega ao fim o processo de emissão de gases sem filtros. De acordo com notícia do jornal O País, “o processo, que iniciou a 1 de Novembro do ano passado, consistiu na substituição dos filtros, substituição das juntas de expansão das saídas das ventoinhas, limpeza geral e remoção do alcatrão das condutas, manutenção ou substituição completa da torre do arrefecimento, selagem das condutas e juntas, análise da integridade das estruturas e remoção de chapas de revestimento”. Ainda de acordo com o jornal, “não houve casos reportados de aumento de doenças ou mortes no seio dos trabalhadores da Mozal e da população residente nos arredores daquela fábrica”. Que me desculpe o redator de tal informação, mas tenho que chamá-lo ingênuo. Inserir esta informação no jornal como se fosse algo que pudesse nos causar alívio (ufa! Passou e não morremos. Nada se deu) é, no mínimo, ingênuo. Como se deveria saber, os gases poluentes infiltram-se no nosso sistema respiratório e nos lençóis freáticos da região onde estão e suas conseqüências podem vir a se manifestar anos depois. Portanto, para mim, é muito cedo para dizer que não houve aumento de doenças ou mortes. Como consolo e esperança de que nada nos ocorra, a Mozal, em comunicado oficial, afirmou que a monitoria do ambiente no período mostrou que as concentrações ambientais durante o processo de emissão direta situaram-se muito abaixo de limite padrão especificado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e Sociedade Americana de Substâncias Tóxicas. A ver… Leia mais sobre o fim do bypass da Mozal em matérias dos jornais O País e @ Verdade. Sandra Flosi
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